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14,55 km de cabos roubados do metrô da Cidade do México em quatro anos

Categoria: Matérias

Publicado em 12 fev 2023

4 minutos

14,55 km de cabos roubados do metrô da Cidade do México em quatro anos

Considerando os quatro anos entre 2019 e 2022, foi registado o roubo de 14.550 metros de cabos de alta tensão, tração e sinalização de diferentes áreas do Sistema de Transporte Coletivo do Metro da Cidade do México (STC), com o objetivo de extrair o cobre que estes contêm.

Só entre o início de janeiro de 2022 e o final de janeiro de 2023, um período de 13 meses, foram roubados 5.211 metros de cabos eléctricos em 54 incidentes diferentes.

O roubo de cabos pode afetar os sistemas de energia, controle de trens e comunicações, levando a riscos e atrasos de serviço.

Guillermo Calderón Aguilera

Os dados sobre este crime que ameaça o funcionamento e a segurança do sistema foram fornecidos no início de fevereiro de 2023 pelo próprio diretor-geral do Metrô, Guillermo Calderón Aguilera.

Os trechos com maior incidência de roubo de cabos são Cuatro Caminos – Panteones e Xola – Tasqueña, na linha 2; Indios Verdes –La Raza, na linha 3; Instituto del Petróleo – Valle Gómez e Aragón – Oceanía, na linha 5; Pantitlán – Guelatao, na linha A, e Ciudad Azteca – Bosque de Aragón, na linha B.

MODO DE AÇÃO

Segundo o diretor geral, existe um modo de ação “muito proeminente” dos criminosos, que é a entrada de registos (ponto de ligação dos cabos do sistema), localizados fora do metro.

As linhas 1, 2 e 3 têm 186 câmaras de visita que não estão localizadas na área confinada das estações de metrô, mas em estradas públicas, o que facilita a ação dos criminosos. Os incidentes ocorrem em áreas onde o metrô corre superficialmente.

Os 14.550 metros de cabos roubados nos últimos quatro anos pesaram 101.850 kg e valem até 130 pesos (USD 6,96) por quilo, de modo que o total recolhido pelos criminosos pode ter atingido 13.240.500 pesos (USD 709.311).

O diretor-geral considerou que o volume roubado mostra que a ação não poderia ser realizada por uma única pessoa indigente que entrasse no registo, sendo uma ação do crime organizado, uma vez que o transporte do produto dos roubos envolve grandes volumes, exigindo a cooperação de várias pessoas, mesmo com um veículo capaz de transportar os segmentos pesados dos cabos.

Nas palavras de Guillermo Calderón Aguilera, os criminosos procuram o cobre e causam danos colaterais significativos.

Exibindo um segmento de cabo de sinalização, o diretor-geral explicou que é composto por 28 pares de pequenos fios de cobre. Para além da dificuldade de o adquirir, porque é especialmente fabricado para o sistema de metrô, há a dificuldade de o reparar. Cada um dos fios do cabo de reposição deve ser ligado ao seu fio específico em ambas as extremidades do segmento onde foi roubado.

PRESENÇA POLICIAL

No início de janeiro de 2023, houve um aumento significativo de episódios e volumes de roubo de cabos.

Como resultado, a 12 de janeiro, foi feito um pedido e o governo nacional do México concordou em apoiar a Cidade do México com o destacamento da Guarda Nacional em todas as estações de metrô, incluindo a guarda das 8 oficinas de metro no exterior.

Em 25 de janeiro, 34 postos de comando foram criados e permanecem em funcionamento nos terminais e estações de transferência.

Estes postos de comando são compostos por um elemento da Guarda Nacional, um elemento da Polícia Bancária ou da Polícia Auxiliar, que é o que protege as instalações do metrô, e uma pessoa ligada ao governo da Cidade do México.

Estas unidades permanecem 24 horas por dia no sistema com a missão de prestar atenção aos usuários, reportando qualquer incidente que possa surgir –  não necessariamente criminoso, como um celular que caia na via, uma pessoa a desmaiar, um alerta para os sistemas médicos de emergência.

E fundamentalmente também para o controle e registro do que é feito no trabalho noturno por equipes do metrô que atuam na via, ou cuidando dos sistemas de energia eléctrica ou de sinalização.

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