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Três linhas do metrô da Cidade do México voltaram a operar na manhã de 12 de janeiro

Categoria: Matérias

Publicado em 11 jan 2021

7 minutos

Desde as cinco horas da manhã desta terça-feira, 12 de janeiro de 2021 as Línhas 4, 5 e 6 do Metrô da Cidade do México voltaram a operar, depois de permanecerem fechadas desde o sábado, 9 de janeiro, em razão de um incêndio em instalações elétricas que abastecem seis estações do sistema. As Linhas 1, 2 e 3 permanecem paralisadas.

Um incêndio na manhã do sábado, 9 de janeiro de 2021, destruiu parte das instalações da subestação elétrica Buen Tono, localizada no Posto Central de Controle 1 (PCC1), deixando um morto e 32 intoxicados.

Por isso, a Cidade do México inicia esta segunda semana de janeiro com seis das 12 linhas de metrô completamente paralisadas.

No próprio sábado, o governo da capital emitiu nota informando a ocorrência e destacando a ação imediata da equipe do Corpo de Bombeiros.

A nota destaca ainda a presença no local do acidente da Chefe de Governo, Claudia Sheinbaum, e de outras autoridades, entre as quais a diretora geral do Metrô do Sistema de Transporte Coletivo (STC) Florencia Serranía Soto, responsável pelo Metrô da Cidade do México.

A chefe de governo da capital lamentou a morte de uma policial que caiu do prédio durante o incêndio, garantindo que todo o apoio já é prestado à família.

Outro aspecto relatado no sábado é que serão realizados laudos técnicos para apurar as causas do incêndio. Esses laudos periciais estarão a cargo da seguradora STC Metro e da Procuradoria Geral da República da Cidade do México. No domingo, dia 10 de janeiro, foi relatado o desenvolvimento de uma terceira perícia, por meio de empresa independente certificada.

A Comissão Federal de Eletricidade (CFE) está apoiando a STC Metro na avaliação técnica para a restauração dos serviços das seis linhas.

APOIO DOS ÔNIBUS

Uma das medidas imediatas após o acidente foi a suspensão do serviço do Metrô das Linhas 1, 2, 3, 4, 5 e 6 até novo aviso. A operação nas linhas 7, 8, 9, 12, A e B do metrô continua normalmente.

Numa videoconferência para a imprensa na tarde de domingo, com a participação da prefeita, foi referido que ainda não era possível saber quando vão reabrir as Linhas 1, 2 e 3 do Metro, mas foi comunicado que as Linhas 4, 5 e 6 deverão retomar o serviço em 48 horas, ou seja, na terça-feira, 12 de janeiro.

No sábado, a prefeita disponibilizou o apoio de unidades da Rede de Transporte de Passageiros (RTP), serviços sob concessão, Metrobús e viaturas da Secretaria de Segurança Pública (SSC), para o transporte de passageiros.

Na coletiva de imprensa do domingo, o secretário de Mobilidade da Cidade do México, Andrés Lajous, informou que a Rede Integrada de Mobilidade em coordenação com a Edomex (Estado do México) ajudará a atender a demanda de 1,4 milhão de viagens efetuado nas linhas paradas do Metro STC.

PLANO DE RETOMAR O SERVIÇO

Na coletiva de imprensa virtual de domingo, a diretora-geral do Metrô STC, Florencia Serranía Soto, informou que, segundo a Procuradoria-Geral da Cidade do México, seria possível entrar na área danificada no próprio início da noite de domingo, com uma estimativa um diagnóstico está pronto 24 horas depois.

Foi relatado na conferência que apenas os transformadores da subestação Buen Tono alimentam as linhas 1, 2 e 3; enquanto as linhas 4, 5 e 6 também possuem energia local por serem mais modernas, razão pela qual podem ser energizadas antes.

Para retomar as operações em todas as seis linhas, foi estabelecido um plano de duas etapas. No primeiro – voltado para o reinício da operação das Linhas 4, 5 e 6 – serão seguidos os seguintes passos: revisão aprofundada das subestações que energizam as linhas e estão localizadas em cada estação, testes de energização, revisão dos sistemas de controle e pilotagem automática, testes com trens sem passageiros e retomada das operações com intervalo de 7 minutos entre os trens.

Para a recuperação do funcionamento das outras três linhas do Metro, o plano prevê inicialmente uma revisão do funcionamento dos transformadores 2, 3 e 4 que se encontram no edifício avariado e que, aparentemente, não se incendiaram.

Outros pontos do plano são: a instalação de um posto de controle central provisório fora do edifício, a reabilitação da ligação dos transformadores ao posto de controle central, a entrada em operação com sistemas de segurança e controle de cada linha, verificação dos sistemas controle e pilotagem automática, testes com trens sem passageiros e início da operação nas linhas 1, 2 e 3 com intervalo de 5 minutos entre os trens.

A modernização da subestação, ponto crucial

O Governo da Cidade do México sabia que a modernização do Buen Tono era crucial. Agora, é possível saber o quão crítica estava a situação, uma vez que o incêndio e a consequente interrupção do fornecimento de energia elétrica paralisaram as seis estações do sistema, entre as quais estão as mais utilizadas pela população.

Depois do acidente, a imprensa da Cidade do México calculou que a paralisação atinge 65% dos usuários que viajam de metrô.

A diretora geral do Sistema de Transporte Coletivo (STC) Metro, Florencia Serranía, especificou que desde o início da atual gestão o STC iniciou o Projeto de Modernização Integral da Subestação Buen Tono e subestações retificadoras da Linha 1.

Já a terceira fase do projeto consiste na substituição de fiações e componentes elétricos no âmbito da renovação integral da Linha 1. A licitação para os transformadores estava prevista para o final deste mês.

O Segundo Relatório Anual Agosto 2019 – Julho 2020 (acesse esse documento pelo link no final desta nota) registra que a modernização da Subestação Buen Tono é de “vital importância para a operação da rede do Metrô”.

Essa subestação transforma a energia que recebe da Comissão Federal de Eletricidade (CFE), de 85 kV para 15 kV, para distribuição por fiação de média tensão.

“Com mais de 49 anos de serviço, a tecnologia com a qual esta subestação opera está obsoleta. O cabo, alojado em galerias e bancos de dutos que ligam nas linhas 1, 2 e 3, está deteriorado por ter ultrapassado o fim de sua vida útil”, enfatiza o documento.

Na sequência, destaca-se que a deterioração é agravada pelo fato da subestação operar sujeita à umidade devido ao vazamento de água no interior das galerias e pelo contato com lama e sólidos no interior das margens dos dutos.

“Esta situação gera avarias contínuas nos circuitos de tração e iluminação e alimentadores, o que origina interrupções frequentes no serviço de transporte, com um número de avarias elétricas calculado em 1.837 por ano”.

O documento do Governo informa que desde outubro de 2019, com um montante exercido de 87,3 milhões de pesos (USD 4,36 milhões), foram executadas as diferentes obras: preparação dos levantamentos notariais, estudos topográficos e estudos geotécnicos, bem como os projetos estruturais e instalações elétricas e hidráulicas.

O relatório informa ainda que o confinamento das áreas de trabalho e a sinalização provisória para desvios de veículos já foram iniciados e que, posteriormente, será executada a construção das caixas de conexão com o SEAT Buen Tono.

Outro destaque é a execução de estacas-prancha, escavação, construção de caixões e cravação de dutos de concreto para os túneis. A obra está 60% concluída.

Acesse o Segundo Relatório Anual de agosto de 2019 – julho de 2020 do Ministério da Mobilidade (Semov)

Em março de 2020, o Metrô da Cidade do México registrou choque de trens com um morto e 16 feridos

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