Nova edição do Relatório Especial da CEPAL sobre a Covid-19 coloca o setor de transportes entre os mais afetados pela crise na América Latina e no Caribe

O setor de transportes está entre os mais afetados pela crise do Covid-19 na América Latina e no Caribe, de acordo com o quarto Relatório Especial do Covid-19 publicado em julho de 2020 pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL). A publicação – que pode ser baixada por meio de link no final desta matéria – tem como título geral Setores e empresas contra o Covid-19: emergência e reativação.

A análise da publicação está centrada nos efeitos da pandemia na estrutura produtiva e comercial dos países da região, cujas fraquezas se originaram ao longo de décadas e que foram duramente afetadas pela situação atual.

Além do transporte, os setores de serviços turísticos, industrial cultural tradicional, comércio, reparação de mercadorias, hotéis e restaurantes, moda e automóveis sofreram forte impacto.

Impactos significativos ocorreram nos setores de mineração, eletricidade, gás, água, materiais de construção e construção, serviços comerciais, atividades financeiras, bebidas, móveis e madeira, indústria química, eletroeletrônicos – máquinas e equipamentos.

Efeitos moderados foram sentidos nos setores de agricultura, pecuária, pesca, produção de alimentos para o mercado doméstico, suprimentos e equipamentos médicos, medicamentos, telecomunicações e embalagens.

QUEDAS IMPORTANTES

Segundo o estudo, a grande maioria das empresas da região registrou quedas significativas em sua receita e apresenta dificuldades em manter suas atividades, pois apresentam sérios problemas no cumprimento de suas obrigações salariais e financeiras e dificuldades no acesso ao financiamento para capital de trabalho. Segundo informações coletadas até a primeira semana de junho de 2020, o impacto será muito maior no caso de microempresas e pequenas e médias empresas

Estima-se que mais de 2,7 milhões de empresas formais na região seriam fechadas – das quais 2,6 milhões seriam microempresas – com uma perda de 8,5 milhões de empregos, sem incluir reduções de empregos por parte das empresas que continuarão funcionando. Na esfera produtiva, a situação aumenta a urgência de mitigar a destruição de capacidades, sem esquecer a necessidade de aumentar constantemente a produtividade, gerar cadeias produtivas e aumentar o aprendizado e a geração e difusão de inovações. Para isso, são necessárias políticas para modificar a estrutura produtiva, ou seja, incentivos diferentes daqueles atualmente vigentes, para que as empresas privadas, juntamente com o Estado, façam os investimentos necessários para diversificar a estrutura econômica, garantir um processo contínuo e crescimento estável e evitar contratempos sociais e ambientais.

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