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Documento lançado pela ALAMYS no fim de maio aponta riscos da pandemia da Covid-19 : “pode colocar em perigo a continuidade do funcionamento dos nossos sistemas”

Categoria: Matérias

Publicado em 30 maio 2020

4 minutos

Documento lançado pela  ALAMYS no fim de maio aponta riscos da pandemia da Covid-19 : “pode colocar em perigo a continuidade do funcionamento dos nossos sistemas”

Na última semana de maio, a Associação Latino-Americana de Metrôs e Subterrâneos (ALAMYS) divulgou um documento em que expressa preocupação com o impacto da pandemia da Covid-19 sobre os transportes públicos em geral e os sistemas metroferroviários em particular.  O documento é assinado pelo presidente da entidade, Eduardo de Montmollin, e pelo secretário geral Sebastián Court, secretrário geral.

Um dos segmentos do texto descreve rapidamente a gravidade da situação: “A pandemia causada pelas rápidas taxas de infecção pela Covid-19 no mundo não distinguiu os seus efeitos entre qualquer modo de transporte público, e os sistemas ferroviários não foram exceção. As consequências têm sido devastadoras em todas as áreas, especialmente na área financeira, devido a perdas significativas em viagens. Em média, o fluxo diminuiu 83% nos sistemas agrupados na ALAMYS, desde março deste ano, o que veio somar-se à incerteza quanto à data em que o livre trânsito de pessoas poderia ser normalizado e, consequentemente, a demanda por nossos sistemas”.

No trecho mais incisivo, o documento destaca: “Advertimos, portanto, que este panorama difícil pode colocar em perigo a continuidade do funcionamento dos nossos sistemas a serviço das pessoas, ainda que os transportes públicos tenham sido o motor de mobilização para aqueles que desempenham tarefas essenciais (saúde, abastecimento, serviços básicos, entre outros), e para manter o funcionamento das cidades”. 

O texto traz recomendações: “Hoje, mais do que nunca, os nossos sistemas devem ter uma coordenação mais estreita com os respectivos governos locais e centrais, compreendendo que cada realidade tem as suas particularidades, mas unidos para tomar ações conjuntas que contribuam para apoiar o funcionamento dos serviços de mobilidade”.

E traz um apelo: “Da ALAMYS, apelamos a um diálogo permanente e direto entre cada operador e assuas autoridades respectivas, a fim de procurarmos e analisarmos em conjunto como poderemos adotar as medidas e os planos que nos permitirão superar da melhor forma este momento difícil devido à emergência sanitária a nível mundial”.

Com mais de três décadas de existência, a ALAMYS, com seus 43 associados da América Latina e Península Ibérica, “representa hoje 2.675,6 quilômetros de rede e mais de 7,6 mil milhões de usuários transportados, com investimentos de desenvolvimento de 49.572 milhões de dólares”.

Veja o documento

Relatório dos operadores do Brasil fala em perda de USD 91,36 milhões em quinze dias

A Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), do Brasil, apresentou no dia 25 de maio de 2020 o documento Balanço do Setor Metroferroviário no 1º Trimestre de 2020, mostrando uma redução de 31,7% no número de passageiros transportados no período em relação ao mesmo período do ano anterior.

Em janeiro de 2020, houve 2,2% de passageiros a mais do que em janeiro de 2019; em fevereiro deste ano, observou-se declínio de 2,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior, e, finalmente, em março de 2020, a houve redução de 31,2% em comparação com março de 2019, evidenciando, segundo a ANPTrilhos que queda é reflexo do início da pandemia da Covid-19, justamente no mês de março.

O documento mostra que a redução total da demanda nos sistemas de trens e metrôs do Brasil no primeiro trimestre do ano foi de 83,9 milhões de passageiros. Desse total, 82,4 milhões de passageiros deixaram de usar os sistemas exatamente no mês de março de 2020, indicando que o início da pandemia foi determinante para a queda de movimentação no primeiro trimestre do ano.

É de R$ 500 milhões (USD 91,36 milhões) a estimativa de queda de arrecadação de bilheteria entre 16 a 31 de março de 2020. Diante deste cenário, a ANPTrilhos está buscando apoio do governos federal  e de governos estaduais para garantir a manutenção da prestação dos serviços de transporte de passageiros sobre trilhos e a manutenção do quadro de 39 mil funcionários.

PROJEÇÃO

De acordo com o documento, os números consolidados de abril de 2020 apontam uma continuidade da tendência de queda, mostrando um forte impacto na redução de passageiros transportados. Em média, os sistemas metrôs, trens e VLTs do Brasil observaram em abril redução de 77,2% de passageiros.

As estimativas da ANPTrilhos mostram que, mantendo-se a atual situação da pandemia e a restrição de viagens, haverá uma queda da ordem de 70% no total do número de passageiros transportados no 2º trimestre de 2020 (abril/maio/junho).

Acesse o documento

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