Chile se prepara para ser o primeiro país da América Latina a emitir um título verde soberano, que beneficiará também a área da mobilidade urbana

O governo chileno informa que já está pronto para emitir títulos verdes pela primeira vez, após instituições internacionais especializadas avaliarem favoravelmente o documento Marco Verde, proposto pelo país para emitir esse tipo de instrumento.

Com esse anúncio, o Chile se prepara para ser o primeiro país da América Latina a emitir um título verde soberano. Outras nações líderes nesse tipo de iniciativa são França, Bélgica, Holanda e Polônia.

Os Títulos Verdes operam de forma semelhante aos títulos normais, porém a diferença é que os fundos arrecadados são destinados a financiar ou refinanciar projetos para proteger o meio ambiente, como transporte limpo, eficiência energética, energias renováveis, conservação da biodiversidade e dos recursos marinhos, gestão da água e edifícios verdes.

A Ministra dos Transportes e Telecomunicações, Gloria Hutt, ressaltou que o setor de transporte tem um papel extremamente fundamental na redução das emissões. “Isso é um consenso mundial. Precisamos adotar medidas concretas para contribuir com as melhores ações ambientais. Há vários projetos que podem ser financiados com esse tipo de recursos, por isso é um componente-chave para poder avançar. As linhas de trabalho estão muito definidas. A mobilidade elétrica é o caminho prioritário que devemos seguir para o transportepúblico. O aspecto financeiro ainda era uma dúvida. Essa é uma contribuição fundamental para fazer a mudança radical que precisamos para viver em cidades de melhor qualidade”.

DIRETRIZ QUE NORTEARÁ AS EMISSÕES

As autoridades ministeriais explicaram o desenvolvimento do documento Marco Verde, resultado de um trabalho multiministerial entre os Ministérios das Finanças, Transportes e Telecomunicações, Agricultura, Energia, Meio Ambiente, Obras Públicas, com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Essa diretriz norteará as futuras emissões de Títulos Verdes na República do Chile. Seu desenvolvimento foi realizado com as melhores práticas e avaliado com sucesso pela VigeoEiris, agência independente e internacional especializada em pesquisas relacionadas a questões ambientais, sociais e de governança (ESG), obtendo o maior grau de segurança quanto à contribuição dos títulos voltados para o desenvolvimento sustentável.

Além disso, o portfólio de projetos associado às emissões potenciais de 2019 obteve a certificação Climate Bond Initiative (CBI), uma organização internacional especializada em padrões de emissões verdes. Conforme o governo chileno, o Chile é o segundo país, depois da Holanda, a obter essa certificação.