Categoria: Matérias
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Publicado em 10 fev 2020
3 minutos
Relatório do Observatório de Segurança Viária da Cidade de Buenos Aires (OSV) aponta que a principal causa de acidentes de trânsito com mortes na cidade é o excesso de velocidade: provocou 57% dos óbitos. Mas o número é mais preocupante se você colocar a lupa nos motociclistas que perderam a vida; pela mesma razão, 77% deles morreram.
Pela primeira vez, o Observatório de Segurança Viária analisou os motivos dos acidentes. Para isso, foi realizada uma amostra de 113 casos ocorridos entre 2016 e 2018 e foram revisadas a perícia e outras evidências acumuladas nos arquivos judiciais. Além disso, apenas os eventos que aconteceram nas ruas ou avenidas foram levados em consideração; não foram incluídos os que ocorreram nas vias expressas.
“Conhecer os fatores envolvidos nos acidentes de trânsito nos ajuda a implementar ações de acordo com a particularidade de cada caso e a incorporar elementos que forneçam ferramentas para pedestres, ciclistas e condutores tomarem decisões responsáveis de mobilidade”, expressou Adriana Jakovcevic, gerente operacional do Observatório de Mobilidade e Segurança Viária da Cidade de Buenos Aires.
OS INCIDENTES ACONTECEM À NOITE E DURANTE OS FINAIS DE SEMANA
“Descobrimos que a maioria dos eventos ocorreu à noite, especialmente durante a semana, e geralmente nas esquinas”, acrescentou Jakovcevic.
O horário tem uma explicação razoável em relação à principal causa indicada pelo organismo portenho: embora à noite haja menos tráfego, há mais espaço para acelerar e, em velocidade iguais, uma motocicleta pode precisar do dobro de metros para frear do que um carro.
Por outro lado, geralmente há uma combinação de maus comportamentos nas estradas: segundo o OSV, em 43% dos acidentes, tanto o motociclista quanto o outro protagonista do acidente cometeram alguma infração.
O relatório também mostra que 37% das pessoas que vão ao Departamento de Trânsito para fazer a carteira de motorista não passam no exame prático.
REQUISITOS PARA OBTER A LICENÇA DE CONDUTOR
A situação é particularmente preocupante porque os motociclistas são, depois dos pedestres, os transeuntes com mais mortes. Em 2018 (dado mais recente disponível) foram 56 óbitos, 38% do total de vítimas fatais no trânsito.
Há outro fator que também preocupa. De acordo com outro estudo do OSV realizado em 2018, em 27% dos casos o motociclista falecido havia bebido álcool acima do limite legal, que é de 0,2 gramas por litro de sangue. Em alguns episódios, nos testes realizados nas vítimas, foi encontrado até o triplo do limite de álcool.
“Esse tipo de estudo nos permite tornar visível o problema do excesso de velocidade e ver como vamos trabalhar. Por exemplo, pode ser analisado se não é conveniente reduzir as velocidades máximas em algumas vias da cidade. Distrações e erros na direção sempre existirão, o importante é que eles não custem a vida de ninguém”, refletiu Jakovcevic.
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