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Na etapa inicial do III Fórum Transporte Sustentável com foco em mobilidade e transporte de passageiros, os participantes mostraram como o ESG se tornou força efetiva na economia. A segunda etapa, sobre carga e logística, será em 9 de novembro, na Fenatran.

Categoria: Matérias

Publicado em 5 set 2022

6 minutos

Na etapa inicial do III Fórum Transporte Sustentável com foco em mobilidade e transporte de passageiros, os participantes mostraram como o ESG se tornou força efetiva na economia. A segunda etapa, sobre carga e logística, será em 9 de novembro, na Fenatran.

Painel sobre ‘Boas práticas em ESG’ (Divulgação)

Márcia Pinna Raspanti

A primeira etapa do III Fórum Transporte Sustentável foi realizada em 11 de agosto de 2022, durante a Lat.Bus 2022 (Feira Latino-americana do Transporte).

Após duas edições digitais, o fórum, organizado pela OTM Editora e com patrocínio da Prometeon, ocorreu em formato misto – presencial e digital. O conteúdo está disponível no canal do YouTube (FTS – Mobilidade). A segunda etapa do evento, o Fórum Transporte Sustentável – Carga e Logística, será realizada em 9 de novembro, na Fenatran.

O encontro foi um sucesso, como já havia ocorrido nas edições anteriores. Além dos cases e da troca de experiências, os especialistas em transporte e mobilidade ressaltaram que o ESG não é apenas fundamental no cenário atual, como também pode ser lucrativo.

Paulo Moraes, vice-presidente de Sales & Marketing da Scania Latin America e Patrícia Acioli, gerente executiva responsável por Relações Corporativas e Sustentabilidade da Scania Latin America, apresentaram o tema As vantagens do ESG. “É importante destacar que sustentabilidade não é mais uma opção, mas uma necessidade para quem quer se manter no mercado. Hoje existe uma forte pressão dos clientes e investidores nesse sentido”, comentou Patrícia.

Paulo Moraes enfatizou a importância da sustentabilidade econômica nos negócios. “ESG é uma oportunidade de negócios, e as empresas devem estar atentas a isso. A eficiência energética, por exemplo, traz lucros e ainda reduz a emissão de poluentes. Há várias tecnologias que podem ser combinadas, como biometano, HVO, eletrificação, para que as empresas encontrem a solução de transporte sustentável que lhes seja mais adequada”, disse.

Karisa Ribeiro, especialista em transporte do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) abordou o tema ESG aplicado, destacando a relação entre sustentabilidade e mercado financeiro. “A sustentabilidade representa parte da sobrevivência de quem está nos negócios. Os bancos exigem transparência, confiança e informação para liberar recursos para as empresas, portanto, a governança é fundamental. É importante lembrar que para cada dólar investido em projetos ligados à mudança climática, por exemplo, o retorno é de US$ 4”, apontou.

Jurandir Fernandes, presidente honorário da divisão América Latina da UITP, falou sobre Experiência internacional em mobilidade sustentável, lembrando que “as mudanças econômicas acompanham as ambientais”. E enfatizou a necessidade de parcerias entre o poder público e o privado, além da importância da colaboração. “Na Europa, as cidades trabalham de forma conjunta, padronizando as experiências e criando uma forte sinergia. O caminho para a sustentabilidade passa pela colaboração.”

Marcelo Carbonieri, gerente de engenharia de produto da Prometeon, apresentou ‘Tecnologias que reduzem o consumo de combustível e minimizam os impactos ao meio ambiente’. “No Brasil, o cenário de elétricos ainda é pequeno e há muito espaço para crescer, com muitas oportunidades. A Prometeon desenvolve soluções sustentáveis para a frota existente e para os veículos elétricos, que são uma tendência global”, informou.

O pneu para veículos elétricos, que a empresa vai lançar no mercado, será avaliado pela autonomia e não mais pela quilometragem. “O produto precisa ser mais leve e robusto para suportar uma carga maior, e precisa ser mais resistente e mais silencioso. E o desafio é em relação à reforma dos pneus para os modelos elétricos. Além disso, fizemos várias parcerias com universidades, para pesquisar matérias-primas diferentes como grafeno e fibra de carbono”, contou Carbonieri.

BOAS PRÁTICAS EM ESG

O último painel do encontro reuniu algumas das mais tradicionais empresas de transporte rodoviário de passageiros, que apresentaram o tema Boas práticas em ESG.

Paula Tommasi Barcellos, CEO da Viação Águia Branca, destacou os projetos implementados pela empresa. “Quem está atento ao cenário entende a relevância do tema para a garantia de operações mais seguras e sustentáveis. A Águia Branca se orgulha de participar desse diálogo e de ajudar a fomentar um debate tão importante, que possibilita essa troca de experiência entre as empresas do segmento e a adoção de mais práticas sustentáveis no mercado”, disse.

A head de Sustentabilidade do Grupo Águia Branca, Adriana Denadai, também apresentou os projetos do grupo, como o primeiro veículo autônomo brasileiro para transporte de grandes cargas em áreas industriais, chamado de Galileu. A iniciativa, lançada recentemente, envolve digitalização e robotização em operações logísticas para a movimentação de cargas com volume acima de 80 toneladas.

Luana Fleck, diretora da Viação Ouro e Prata, trouxe uma série de ações da empresa. “No aniversário de 82 anos da empresa, realizamos uma ação de reflorestamento em uma área de proteção ambiental onde a Ouro e Prata plantou 438 árvores nativas na área de preservação permanente na cidade de Gravataí”, contou. O projeto Seleciclar, um programa que promove internamente conceitos de preservação do meio ambiente, e a adesão ao Programa Ambiental do Transporte (Despoluir) também foram destaques.

Letícia Pineschi, diretora de marketing e relações institucionais do Grupo Guanabara, disse que as empresas do grupo praticam diversas ações como reciclagem, reuso de água e de outros recursos naturais, além de programas sociais como Caminhos Musicais Guanabara, em que a Filarmônica Estrelas da Serra apoia jovens na carreira musical clássica na divisa do Ceará com o Piauí. “No Sudeste, a UTIL e a Sampaio têm programas de apoio às comunidades as quais servem tanto em momentos de calamidade, como foi a pandemia e as enchentes em Petrópolis, como as ações continuas de incentivo à cultura e esporte amador. Por outro lado, o grupo estruturou uma diretoria de compliance e a governança corporativa.”

Francisco Mazon, diretor da Viação Santa Cruz, disse que o grande desafio da empresa é levar o ESG para as cidades menores e sensibilizar as novas gerações. “Acredito que a melhor forma de manter uma operação sustentável é investir em renovação de frota. Veículos novos são menos poluentes, gastam menos combustível, pneus, componentes e peças”, observou. No campo social, a empresa colabora com a Instituição de Incentivo à Criança e ao Adolescente (ICA), em Mogi Mirim.

Pelo Expresso Itamarati, Gentil Zanovello, lembrou que atualmente é um bom negócio ser sustentável. “Na busca por maior eficiência energética, é muito importante envolver os motoristas, mostrando a eles qual o seu papel na busca por uma operação mais sustentável. Por meio da telemetria, acompanhamos o desempenho dos condutores, que têm metas de consumo”, contou. A empresa também participa do programa “Muda cidade muda”, que em parceria com ONGs e a prefeitura de São José do rio Preto, já plantou mais de 11 mil árvores em cinco anos

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