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Prosseguem até esta quinta-feira, 11 de agosto, em São Paulo, a Lat.Bus Transpúblico – Feira Latinoamericana do Transporte e o Seminário NTU 2022.

Categoria: Matérias

Publicado em 4 ago 2022

8 minutos

Prosseguem até esta quinta-feira, 11 de agosto, em São Paulo, a Lat.Bus Transpúblico – Feira Latinoamericana do Transporte e o Seminário NTU 2022.

Francisco Christovam

Em três dias de evento, os painéis temáticos abordam as questões que afetam o transporte coletivo, com objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade deste serviço essencial para a população

MÁRCIA PINNA RASPANTI

Os eventos conjugados Lat.Bus Transpúblico – Feira Latinoamericana do Transporte e o Seminário Nacional NTU 2022 foram abertos na terça-feira, 9 de agosto de 2022 e prosseguem até a quinta-feira, dia 11. Após o período de pandemia e isolamento social, os dois eventps voltaram a ser presencial e geraram grande expectativa no setor.

Além da feira com a exposição das novidades e destaque da indústria, provedores de tecnologia e serviços, a 35ª edição do Seminário NTU discute os temas mais relevantes no cenário atual, em que o transporte urbano busca a recuperação da demanda perdida e mais qualidade, com menor custo para o passageiro pagante.

“O evento é extremamente importante para o setor, que depende muito desta troca de experiências e conhecimento. Devido à pandemia, a última oportunidade em que foi não foi possível reunir indústria, operadores, especialistas, formadores de opinião e usuários nos últimos anos. É importante, em um país continental como o nosso, conhecermos realidades diferentes em cidades e regiões tão diversas. No seminário, teremos três dias de discussões importantes, e a feira traz as novidades, tendências e tecnologias que chegam ao mercado”, comenta Francisco Christovam, presidente da Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU),que congrega as empresas brasileiras de transporte público urbano e metropolitano por ônibus.

O seminário começa com o tema O novo caminho do transporte coletivo urbano, para se avaliar as mudanças recentes no setor. “Com a pandemia, cerca de 150 cidades subsidiaram o transporte público de alguma forma, para prestar socorro a esse serviço essencial. Antes, apenas três cidades adotavam o subsídio. As prefeituras e governos perceberam que o transporte poderia parar sem nenhum socorro e encontraram formas de manter o serviço funcionando”, ressalta Christovam.

O presidente da NTU lembra que ainda é pouco praticada a separação entre tarifa pública paga pelo passageiro e tarifa de remuneração ou técnica, que custeia a prestação do serviço, com a diferença sendo coberta pelo poder público. “A pandemia colocou uma lente de aumento nos problemas do setor. Mas ficou claro que o subsídio é uma forma de manter o equilíbrio financeiro dos operadores e oferecer um serviço de melhor qualidade à população. A adoção da ‘tarifa zero’ também se expandiu. Um exemplo é Caucaia, no Ceará. Enfim, vamos discutir essas experiências e também abordar a implementação do marco legal ou marco regulatório do setor”, destaca.

O segundo tema debatido fo O financiamento do transporte público coletivo para além da tarifa, em que todas essas questões ligadas a tarifas e subsídios serão retomadas. “Foi realizado um estudo técnico que levantou oito possíveis fontes de financiamento extratarifárias, em que o transporte individual financia o transporte público. Como exemplos, cito: as taxas de estacionamento e de congestionamento. Esse tipo de cobrança seria uma espécie de imposto de circulação, diferente do imposto de propriedade (IPVA) que já existe”, observa Christovam.

O seminário também aborda a formação dos jovens empresários, em Como ampliar a participação de jovens empresários e executivos no setor – a experiência do ComJovem, em que será apresentada a criação do Comitê de Jovens Empresários e Executivos do Transporte de Passageiros (ComJovem) da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado de São Paulo – (FETPESP), organismo  sindical empresarial do setor.

O ComJovem é uma estratégia para fortalecer setor, seus processos sucessórios familiares, e trazer mais tecnologia e inovação para empresas operadoras do transporte coletivo de perfil tradicional. “É importante formar essa geração de gestores do futuro que terá que lidar com um movimento constante. Antes, as empresas queriam ser ‘sólidas’. Hoje, é importante que sejam ‘líquidas’, no sentido de se adaptarem rapidamente às condições de mercado – não me refiro logicamente à liquidez financeira”, comenta Christovam.

O encontro também reserva espaço para as novas tecnologias, com o Coletivo, o programa de inovação em mobilidade urbana da NTU, em que se discute A inovação como ferramenta para recuperar a demanda, fidelizar o cliente e melhorar a qualidade do serviço”. Para o presidente da NTU, é fundamental pensar em como a tecnologia pode ser aplicada nas empresas de transporte, “trazendo melhorias e produtividade, com foco nos passageiros.”

O painel Do Euro 6 à descarbonização do ônibus urbano debate a chegada do padrão Euro 6 em 2023 e as opções tecnológicas já disponíveis no mercado. A discussão prossegue com o tema Nova matriz energética para a redução de emissões, sobre eletromobilidade, novas opções de biocombustíveis e aditivos, biodiesel e diesel verde (HVO), e biometano.

O último painel é A evolução dos Sistemas Inteligentes de Transporte (ITS) e Meios de Pagamentos, em que serão apresentados os novos sistemas de planejamento, gestão de rotas e frotas e monitoramento, tecnologias de transporte público sob demanda e mobilidade como serviço (MaaS), a diversificação e ampliação dos meios de pagamento, conectividade, inteligência artificial, big data e blockchain aplicados ao transporte urbano de passageiros.

Programação especial

Letícia Pineschi

A Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (ABRATI), a Associação Nacional dos Transportadores de Turismo e Fretamento (ANTTUR), Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo (FRESP) e a União Internacional do Transporte Público (UITP) completam a programação de conteúdo no terceiro dia do evento, com o painel “Inovação com foco na sustentabilidade – a evolução do setor rodoviário de passageiros”.

A ABRATI discute a evolução e o caminho que está sendo criado para o futuro do transporte rodoviário, com a condução do jornalista Francisco José e a participação do presidente da entidade, Paulo Porto Lima; do ex-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores(ANFAVEA), Luiz Carlos Moraes, e de Ruben Bisi, presidente da Associação Nacional Dos Fabricantes De Ônibus  (FABUS).

“O setor está cada vez mais digital, oferecendo ao passageiro diversos pontos de contato para conhecer serviços, adquirir vantagens e efetuar a compra de passagem. Ao mesmo tempo, o setor não perde de vista o usuário que não está conectado, investindo em um atendimento presencial acessível e confortável também nas rodoviárias. Estamos cada vez mais próximos do passageiro”, comenta Letícia Pineschi, porta-voz da ABRATI.

Letícia observa que o setor tem, aos poucos, alcançado os números anteriores à pandemia, mas ainda há dificuldades a serem vencidas. “Não chegamos a patamares de 2019. O que realmente tem se mostrado uma realidade é a mudança de perfil do passageiro no rodoviário regular: há um aumento de procura por viagens com motivação de lazer.Isso é reflexo do preço mais acessível, mas também do investimento que as empresas fizeram nos últimos tempos em produtos e serviços diferenciados. O setor é o case que precisamos valorizar”.

Sobre a Lat.Bus – Seminário NTU 2022, a porta-voz da ABRATI ressalta a importância do retorno dos eventos presenciais. “É uma oportunidade de reencontrar parceiros e retomar diálogos pausados pelo momento difícil que passamos nos últimos anos”, comenta.

A ANTTUR e a FRESPapresentam a palestra A Revolução do Transporte. O palestrante convidado pelas entidades será Camilo Adas, engenheiro mecânico atuante no setor automotivo por mais de 35 anos e, atualmente, presidente do Conselho da SAE Brasil e da SAE4Mobility, que dará o panorama geral da revolução pela qual o setor já está passando, afinal, o mundo exige prontas mudanças e elas serão cobradas de todos.

Os principais temas abordados pelo palestrante serão as novas tecnologias, que chegam para substituir os motores a combustão. Além disso, a sigla ESG, usada para designar governança ambiental, social e corporativa, que rapidamente se materializa em um vasto portfólio de ações e cuidados que toda empresa deve tomar. Para completar, a importância de trazer o negócio à realidade.

As entidades destacam que conhecer e se envolver nas tendências e caminhos a trilhar é essencial para garantir a viabilidade do transporte. Por isso, ANTTUR e FRESP buscaram justamente um profissional que é referência no mercado de mobilidade e inovação, visando apresentar de forma clara esse caminho. Uma mudança de grandes proporções sempre traz insegurança, mas juntos é possível acompanhar esse movimento e mostrar o valor do serviço de fretamento e sua versatilidade para atender as novas demandas da sociedade e das cidades inteligentes.

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