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“No Brasil, nossos planos são agressivos”, afirma Juan Carlos Panozo Gorriti, diretor de vendas para a América Latina do Grupo Trapeze, em entrevista para a revista Technibus

Categoria: Matérias

Publicado em 24 dez 2020

5 minutos

“No Brasil, nossos planos são agressivos”, afirma Juan Carlos Panozo Gorriti, diretor de vendas para a América Latina do Grupo Trapeze, em entrevista para a revista Technibus

Juan Carlos Panozo Gorriti

Technibus – Como o Grupo Trapeze avalia o mercado latino-americano, e em especial o brasileiro?

Juan Carlos Panozo Gorriti – O mercado latino-americano sempre foi um mercado de alto potencial. Temos que considerar que é uma região de aproximadamente 500 milhões de habitantes e de quase 10% do PIB mundial. Não dá para desprezar. Temos, claro situações específicas em cada país, que faz que nossa estratégia de abordagem seja direcionada a priorizar países com maior estabilidade política e econômica. Cada país tem suas necessidades e demandas reprimidas, seja pelas exigências cada vez maiores dos usuários, o pelo crescimento da própria empresa, que os obriga a ter ferramentas automatizadas para fazer frente a essa alta demanda, hoje com as tecnologias disponíveis no mercado para ajudar a otimizar seus processos.

Technibus – Quais as propostas da empresa no Brasil?

Juan Carlos Panozo Gorriti – No Brasil, nossos planos são agressivos, já que o país mostra nos últimos anos, um sinal muito claro de recuperação política e clara confiança na economia, o que anima o setor para maiores investimentos. Atualmente a Trapeze Group, tem através da Volaris (grupo que detém o controle da Trapeze), relacionamento com mais duas empresas brasileiras do grupo totalmente consolidadas, a Cittati e a Empresa 1, o que faz deter um grau de conhecimento do mercado muito bom, já que portfólio da Trapeze é totalmente integrado às soluções dessas empresas.

Technibus – De que forma a pandemia impactou as perspectivas da empresa?

Juan Carlos Panozo Gorriti – Creio que impactou um pouco na velocidade que prevíamos para consolidar alguns negócios. Entretanto, percebemos que as necessidades continuam e os investimentos se encontram numa espécie de “muro de contenção”, esperando por mais informações sobre confiança na economia para continuar adiante, coisa que vemos as perspectivas melhorarem a cada dia com os anúncios das vacinas e programas de imunização, o que leva ao nosso setor a ver uma luz no túnel muito mais concreto, para consolidar os investimentos e se preparar para a normalidade crescente.

Technibus – Quais as expectativas para 2021?

Juan Carlos Panozo Gorriti – O ano de 2021 é totalmente promissor, já que acreditamos que a economia deve começar a se recuperar. Caso a vacina seja realmente uma realidade, estamos falando de uma recuperação aos patamares de 2019 em mais ou menos três anos, o que leva às empresas a repensarem seus modelos e se adequarem às novas exigências deste mundo pós-pandemia, com a agilidade e tecnologia esperada. Para 2021, nossa marca estará completamente consolidada e nossa presença em vários países também. A Trapeze tem as soluções totalmente adaptadas para este mercado e acredito totalmente que nossa experiência, aliada à qualidade das nossas soluções, irá contribuir com para que as diversas empresas ou agências de transporte público da região possam sair da crise.

Technibus – Quais as tendências do mercado de mobilidade?

Juan Carlos Panozo Gorriti – O mercado de mobilidade estará focado no cliente (usuário ou passageiro) como centro de tudo. Durante muito tempo estivemos centrados no veículo e na modernização da infraestrutura para os veículos circularem de forma mais confortável e segura. Isso mudou hoje. O mais importante, é a democratização do transporte e seu caráter totalmente inclusivo e mais, de maneira sustentável. O passageiro tem que ter a possibilidade de escolher seu meio de transporte da forma mais adequada, na plataforma que ele escolher e no meio que ele quiser pagar. Creio que é um desafio grande, porque temos que adequar as grandes cidades a algo que não tinha sido parte do plano diretor no passado. Quando falamos destas mudanças, estamos falando de um universo ainda maior, a das cidades inteligentes, e nós da Trapeze somos convictos que não haverá cidades inteligentes se não houver transporte inteligente. Então, nossa preocupação é caminhar nessa direção com nossas soluções e tecnologias.

Technibus – Qual o papel da tecnologia na mobilidade pós-pandemia?

Juan Carlos Panozo Gorriti – A tecnologia jogou um papel muito importante no período da pandemia, já que quem contava com estas soluções, teve a oportunidade de adequar as soluções às exigências deste período, por exemplo, processos de higienização do veículo, processos diferenciados para utilização dos veículos ‘on demand’ (por demanda), treinamentos dos funcionários.

Agora, na pós-pandemia muitos destes processos devem continuar e, o mais importante, irão permitir parametrizar novamente o sistema para as novas necessidades. A tecnologia tem que permitir a flexibilidade de adequação de forma rápida e segura. A crise ensinou também que quem não tinha um bom sistema para auxiliá-lo neste processo teve um prejuízo adicional a ser compensado manualmente e certamente não irá querer correr este risco novamente.

Technibus – Quais os destaques e novidades do portfólio da empresa?

Juan Carlos Panozo Gorriti – A Trapeze tem no seu DNA os processos do transporte público e cresceu com as necessidades deste setor. A inovação das nossas soluções é neste sentido, com tendência clara para consolidar os processos da Mobilidade como Serviço (MaaS) e caminhar para disponibilizar as nossas soluções também na nuvem (Cloud). Por exemplo, uma solução que se destaca, pelo caráter disruptivo e inovador, é a nossa solução para o mundo MaaS, totalmente ‘cloud’ e criado com uma visão colaborativa, de integração de modais e de inclusão de usuários. Por outro lado, é claro, deixar o resto dos nossos produtos mais flexíveis, amigáveis e escaláveis, para permitir eles crescerem junto com as exigências do dia a dia das empresas.

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