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A Associação de Engenheiros e Arquitetos de Metrô (AEAMESP), do Brasil, torna disponível gratuitamente todo o conteúdo virtual do seu congresso de 2020. Conheça os temas em foco e veja o que foi discutido.

Categoria: Matérias

Publicado em 23 set 2020

7 minutos

A Associação de Engenheiros e Arquitetos de Metrô (AEAMESP), do Brasil, torna disponível gratuitamente todo o conteúdo virtual do seu congresso de 2020. Conheça os temas em foco e veja o que foi discutido.

Colhida de surpresa pela pandemia da Covid-19, a Associação de Engenheiros e Arquitetos de Metrô (AEAMESP), do Brasil, precisou rapidamente mudar os planos já estabelecidos para o seu congresso anual, previsto para o período de 1 a 4 de setembro de 2020, e realizá-lo inteiramente de forma virtual e gratuita.

Primeira mulher a presidir a entidade em seus 30 anos de existência, coube à engenheira Silvia Cristina Silva tomar a decisão de ir em frente com o congresso logo depois de assumir o seu mandato nos primeiros dias de março de 2020. Ela e contou com o apoio não apenas da Diretoria, Conselhos e associados, mas também de organizações e empresas que sempre colaboraram com a entidade.

Todo o processo de organização exigiu muito esforço, mas compensou se levamos em conta a opinião de muitos dos 2.900 participantes inscritos, que consideraram o resultado do congresso muito positivo.

Houve acessos de todas as regiões do Brasil e também do Exterior, principalmente dos Estados Unidos, Portugal, Alemanha, Canadá e Argentina.

O melhor de tudo é que as gravações de todas as sessões do encontro continuarão disponíveis gratuitamente no hotsite do congresso, acessível por meio de um link no final deste artigo.

O tema geral do encontro foi Trilhos para novos tempos. O conteúdo se distribuiu por 19 painéis ou sessões expositivas, nove workshops técnicos promovidos por empresas, sete estandes virtuais da feira de produtos e serviços Metroferr 2020, e 83 sessões de apresentação de trabalhos técnicos em oito áreas temáticas: Gestão Empresarial, Inovação, Manutenção Metroferroviária, Locomotivas e Vagões, Sustentabilidade, Sistemas, Planejamento de Transportes e Via Permanente.

Quinze dos trabalhos técnicos apresentados foram finalistas do 7° Prêmio Tecnologia & Desenvolvimento Metroferroviários, promovido pela Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) e pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), pertencente ao governo federal brasileiro.  Foram premiados os primeiro colocados em cada uma das três categorias do certame; outros dois trabalhos técnicos receberam menção honrosa pela qualidade e por focalizarem temas relacionados com o combate à pandemia da Covid-19.

ENTIDADES LATINO-AMERICANAS

Há alguns anos, duas organizações latino-americanas têm marcado presença nas edições da Semana de Tecnologia Metroferroviária e neste ano não foi diferente.

No segundo dia dos trabalhos, houve o painel internacional promovido pela Associação Latino-Americana de Metrôs e Subterrâneos (ALAMYS), com o título Normalização do transporte depois da pandemia, com relatos a respeito de como o Metrô do Porto e o Metrô de Madri, estão conduzindo a retomada após a pandemia.

No terceiro dia, a União Internacional de Transporte Público (UITP), Divisão América Latina, debateu o tema Os desafios pós-pandemia – Como a comunicação pode ajudar, com participação de Eleonora Pazos, chefe do escritório da entidade na América Latina; Valeska Peres Pinto, coordenadora do Programa Melhores Práticas de Comunicação da UITP América Latina, e Rodrigo Magalhães, especialista em marketing e comunicação social.

Na sessão final, o presidente da ALAMYS, o engenheiro chileno Sebastián Court, disse ter apreciado muito a iniciativa da AEAMESP de colocar o foco do congresso nos impactos da pandemia, ressaltando que isso trouxe muita informação sobre a questão.

Na mesma sessão, o presidente UITP América Latina, o engenheiro e professor Jurandir Fernandes, garantiu ter aprovado o congresso virtual, destacando a facilidade de ver e eventualmente rever as sessões, sem a necessidade de deslocamentos. Disse acreditar que com a possibilidade de acessar os conteúdos livremente, o congresso continuará tendo aproveitamento e provavelmente ampliará seu público. Ele aplaudiu a notícia de que no próximo congresso, mesmo sendo presencial, haverá a transmissão dos conteúdos por meio virtual.

Outra sessão internacional teve por título As tendências da mobilidade na pós-pandemia e trouxe uma visão sobre o transporte de passageiros a partir da experiência de diferentes países; participaram membros do Consulado do Canadá em São Paulo e representantes de uma empresa canadense e outra estadunidense.

SESSÕES E CONTEÚDOS

Conforme relatou o vice-presidente da AEAMESP e coordenador técnico da 26ª Semana de Tecnologia Metroferroviária, engenheiro Alexandre Freitas Pinto, as sessões do congresso abordaram um número considerável de temas de grande relevância, incluindo estratégias necessárias à sobrevivência dos players do setor, governança das empresas, inovação, crise, riscos, ações em resposta à pandemia, mobilidade, busca de novas receitas para subvenção dos sistemas e visão de longo prazo.

O encontro teve painéis com a os depoimentos de presidentes de companhias e de entidades associativas do setor e gestores públicos, e apresentou uma sessão comemorativa dos 30 anos da AEAMESP, com participação de ex-presidentes e a atual presidente da entidade.

A conferência inaugural foi desenvolvida pelo engenheiro, conferencista e escritor Ricardo Vargas, descrito como um dos principais defensores da economia por projetos. Desde sua casa nos arredores de Lisboa, Portugal, ele falou a respeito do conceito designado pela sigla VUCA, formada pelas iniciais dos termos em inglês que caracterizam a atual quadra da história humana: volatilidade, incerteza, complexidade e ambigüidade, e apresentou reflexões sobre como agir diante desse quadro.

Na a conferência final, o secretário executivo da Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Paulo Galli, falou dos impactos da pandemia e dos projetos metroferroviários e ações em desenvolvimento nessa pasta à qual estão vinculadas três empresas da área de mobilidade: o Metrô de São Paulo, a Companhia Paulista de Trens Urbanos (CPTM) e a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU).

DISCUSSÕES SOBRE O METRÔ-SP

O Metrô de São Paulo teve grande espaço no congresso, com diferentes sessões sobre suas ações: uma a respeito de planejamento, projetos e gestão da expansão, outra sobre inovação e uma terceira sobre os desafios para obtenção de novas receitas não tarifárias.

Houve uma sessão que correspondeu à apresentação de uma nova área da companhia, a Metrô Consulting, que – com apoio de outras áreas e diretorias, entre elas a Universidade Corporativa (Unimetro) – começa a colocar à disposição do mercado todo um grande conjunto de possibilidades que formam a expertise do Metrô-SP.

Metrô Consulting desenvolve ampla gama de atividades, incluindo ações como elaboração de editais, estruturação de processos,  treinamento de equipes,  licenciamento ambiental, estudos de viabilidade, projetos de arquitetura e urbanismo, gestão dos empreendimentos e obras, assessoria jurídica, gestão administrativa e financeira de contratos, testes ‘brownfield’ e ‘greenfield’, consultoria de operação e manutenção e modelagem de negócios para a geração de novas receitas.

MAIS TRILHOS URBANOS

Duas sessões trataram na inserção dos trilhos nas cidades. Uma delas discutiu a proposta de que planejamento urbano e mobilidade caminhem lado a lado, e outra cuidou resultados, desafios e perspectivas para o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) no Brasil.

Uma sessão debateu os desafios d três grandes sistemas metroferroviários brasileiros para os novos tempos, com participação de executivos do Metrô de São Paulo, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPMT) e do Metrô do Rio de Janeiro.

TRANSPORTE DE CARGAS

Desde alguns anos, a AEAMESP tem aberto sessões de seu congresso para que haja discussão do transporte ferroviário de cargas. Neste ano isso também aconteceu. O presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (ABIFER), Vicente Abate, apresentou um panorama das inovações na indústria ferroviária brasileira, que atende fortemente o setor de cargas, embora também produza equipamentos e dispositivos para o transporte de passageiros sobre trilhos.

Na tarde do terceiro dia realizou-se o IV Seminário de Infraestrutura de Transporte Ferroviário, coordenado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Na sequência, houve a sessão Brasil Trem Jeito – um trocadilho que é um lema bem humorado, significando que o transporte ferroviário tem perspectivas no país e deve ser estimulado.

Acesse o hotsite do congresso

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