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Debate virtual promovido pela Associação Mexicana de Transporte e Mobilidade (AMTM) discute insegurança das mulheres nos espaços urbanos, em especial nos meios de transporte público

Categoria: Matérias

Publicado em 19 ago 2020

5 minutos

Debate virtual promovido pela Associação Mexicana de Transporte e Mobilidade (AMTM) discute insegurança das mulheres nos espaços urbanos, em especial nos meios de transporte público

A insegurança que as mulheres vivenciam ao se locomover nos espaços públicos urbanos, especialmente nos sistemas de transporte público, e sua participação limitada na tomada de decisões nesta área foram aspectos abordados em 7 de agosto de 2020 no webinar intitulado Mobilidade com uma perspectiva gênero, promovido pela Associação Mexicana de Transporte e Mobilidade (AMTM).

O encontro virtual discutiu a importância do gênero no estudo dos padrões de mobilidade das pessoas, de conhecer os motivos que dão origem aos diferentes comportamentos de homens e mulheres diante de seus movimentos e, sobretudo, na necessidade de tê-los em. conta na concepção de políticas para a implementação e gestão de planos de mobilidade sustentável.

O debate pode ser visto por meio de link ao final desta matéria. No texto a seguir, indicamos a sequência das apresentações, o instante de início de cada uma delas e aspectos de seu conteúdo.

NICO ROSALES E YELI SÁNCHEZ

Houve inicialmente uma rápida apresentação da atividade por Nico Rosales, representante da AMTM.

Em seguida – [0:01:23] – a coordenação dos trabalhos foi passada para Yeli Sánchez, professora titular de Espaço Público e Mobilidade da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM).  A professora informou que a percepção de insegurança foi apontada por 77,2% das mulheres da Cidade do México. E que Bogotá, Cidade do México e Lima estão entre as metrópoles que apresentam maior risco para as mulheres em todo o mundo. Disse ainda que na América Latina, mais de 50% dos usuários de transportes públicos são mulheres. E afirmou que o transporte de pessoas não é um tema neutro quando se fala da questão de gênero, mostrando os aspectos que assinalam a diversidade de padrões de mobilidade entre homens e mulheres.

Yeli Sánchez também fez referências à Declaração Mulheres em Movimento, firmada quando da Cúpula do Fórum Internacional de Transporte da OCDE, ao Plano Estratégico de Gênero e Mobilidade 2020-2024, do governo da Cidade do México, e a uma declaração do grupo ONU Mulheres sobre as implicações negativas da violência contra mulheres e meninas.

MARIANA OROZCO CAMACHO

A primeira exposição entre as especialistas convidadas – [0:11:44] – foi feita por Mariana Orozco Camacho, integrante da equipe da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Territorial e Urbano (SEDATU), do governo nacional mexicano, atuando na área de política de mobilidade.

Em sua exposição, ela mostrou elementos da mobilidade, os padrões de necessidade de viagem das mulheres e como se processa a tomada de decisões referentes à mobilidade.  Ela falou também sobre a perspectiva de gênero nas avaliações de transporte público e infraestrutura viária, os avanços quanto ao atendimento efetivo dos padrões de viagem e necessidades das mulheres adotados pela SEDATU e mostrou a M4S, uma sistemática de abordagem que se caracteriza como uma ferramenta para reduzir a lacuna na questão de gênero na mobilidade.

PAULA SOTO VILLAGRÁN

Paula Soto Villagrán – [0:33:23] – colocou elementos de uma visão sociológica sobre o tema e apontou diferentes pontos em que a perspectiva de gênero questiona o entendimento que normalmente existe a respeito da mobilidade e que tem um corte nitidamente masculino.  

Ela afirma, por exemplo, que a mobilidade é uma experiência e que é possível ver uma série de maneiras por meio das quais as mulheres histórica e socialmente se relacionaram com o movimento de formas claramente diferenciadas em comparação com aquelas utilizadas pelos homens e que, assim, é necessário não simplificar a perspectiva de gênero na produção de dados sobre a mobilidade, justamente para deixar mais clara essa diferença, considerando que tais dados são necessárias para um planejamento que leve em conta as necessidades das mulheres.

ROSARIO LEONOR QUIROZ CARRILLO

Terceira convidada a se pronunciar – [0:47:50] –, a empresária Rosario Leonor Quiroz Carrillo é conselheira delegada de Transparência e conselheira delegada de Igualdade e Inclusão na Confederação Patronal da República Mexicana (COPARMEX), um sindicato patronal independente, apartidário e de filiação voluntaria, que reúne a empresários de todos portes e setores.

Depois de sua argumentação, ela apresentou um conjunto de dez recomendações para mudar a condição da mulher no uso do espaço público e nos deslocamentos. Entre as recomendações figuram incrementar as oportunidades de liderança feminina para promover a paridade de gênero em todas as instituições incluindo aquelas referentes ao transporte público e que haja o enfoque participativo das mulheres e meninas nos processos de tomada de decisões nas esferas municipais. Ela também recomenda que as instâncias da sociedade civil participem junto com o governo do planejamento de políticas pública sobre a segurança das mulheres nos espaços públicos e meios de mobilidade.

CECILIA ANETTE RAMÍREZ VALENZUELA

A última exposição – [1:07:50] – coube à gerente de Políticas Públicas em Mobilidade da WRI México, Cecilia Anette Ramírez Valenzuela. Ela indagou em sua exposição “Por que a mobilidade é diferente para as mulheres? E apontou como respostas cinco aspectos sobre os quais discorreu: diferenças estruturais sociais e econômicas, baixa participação na tomada de decisões, preconceitos ou vieses na abordagem da política pública, miopia na geração de dados, e o fato de o modelo atual de mobilidade não refletir iniqüidades estruturais.

Acesse a gravação do debate

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