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Pesquisa de associação empresarial revela impactos da crise nas lojas de bicicletas no Brasil e aponta queda de mais de 50% no faturamento

Categoria: Matérias

Publicado em 6 maio 2020

4 minutos

Pesquisa de associação empresarial revela impactos da crise nas lojas de bicicletas no Brasil e aponta queda de mais de 50% no faturamento

Houve um grande aumento na procura por serviços de manutenção e venda de rolos para treino.

A Aliança Bike, Associação que reúne fabricantes, importadores, distribuidores e lojistas do setor de bicicleta no Brasil, realizou uma pesquisa para entender o tamanho do impacto da pandemia no varejo deste setor.

Ao todo 161 lojistas de 17 Estados responderam sobre o movimento em seus comércios no período que vai de 15 de março a 15 de abril. Nesse período, considerando o cômputo oficializado pelos boletins diários da Organização Mundial da Saúde (OMS), o país saltou de 121 casos e nenhuma morte para 23.430 casos e 1.328 mortes em razão da disseminação da Covid-19. Em 5 de maio de 2020, já eram 101.147 casos e 7.025 mortes.

Demanda. Em decorrência do reconhecimento dos serviços de mecânica de bicicleta como essenciais, 86% dos estabelecimentos estão mantendo as oficinas funcionando. Pouco mais da metade dos respondentes (57,7%) sentiu aumento de demanda em algum produto ou serviço oferecido em sua loja.

Rolos para treinamento. Para as lojas que tiveram aumento na demanda de algum produto ou serviço, 24% delas se deu no serviço de revisão (mecânica) da bicicleta e 20% sentiu as vendas de bicicletas inteiras crescerem. Mas foram os rolos, um acessório que permite treinar com a própria bicicleta dentro de casa, o que mais surpreendeu o comércio nesse período: 250% foi o crescimento médio de vendas nas lojas pesquisadas.

Redução de receita. A queda no faturamento também foi sentida pela maioria dos entrevistados, sendo que para a metade, a queda foi de 50% e para 1/3 das lojas, a queda foi de 70%. Somente 6% das lojas registraram aumento no faturamento no período.

Fornecimento. Problemas com atraso por parte dos fornecedores foi o relato de 3/4 dos lojistas consultados e 1/3 das lojas tiveram problemas de cancelamento de prestadores de serviço. Já 70% dos lojistas respondentes tiveram problemas com cancelamentos de pedidos feitos por clientes.

Funcionários. Para enfrentar a crise, metade dos lojistas adotou férias compulsórias de uma parte dos funcionários ou redução da jornada de trabalho. O salário integral foi garantido por 3/4 dos lojistas e a demissão de parte dos funcionários ou todos eles, foi a medida tomada por apenas 30% dos respondentes. Ao contrário de outros setores, o home office não foi adotado por nenhum dos funcionários de 70% das lojas de bicicletas.

Aproveitamento do isolamento. O tempo do isolamento foi usado por 76% dos lojistas para fazer investimentos na organização interna, como organização do estoque. Ao mesmo tempo, a maioria (78%) das lojas investiu na ampliação da presença nas redes sociais e também nos canais de vendas por e-commerce (73%).

Otimismo. Apesar da crise com a pandemia, as perspectivas para o futuro são otimistas, pois 77% dos entrevistados acreditam que a bicicleta, como meio de transporte, será a principal solução para o deslocamento das pessoas na cidade e, com isso, as vendas de bicicletas crescerão acima da média assim que o isolamento social terminar. Apesar do otimismo no eventual crescimento da demanda, para 73% dos lojistas o estabelecimento só retornará à normalidade, do ponto de vista financeiro, no ano que vem. E para 95% das lojas, a redução da carga tributária do setor de bicicletas como um todo é a medida mais urgente a ser adotada neste momento.

Restrições ao comércio. Perguntados sobre a avaliação que fazem das medidas de restrição ao comércio, elas foram aprovadas por 64% das lojas. Contudo, a imensa maioria dos lojistas (82%) acredita que o comércio já poderia voltar a funcionar. Para 94% dos lojistas foi correta a medida, adotada por muitos Estados, de considerar a mecânica de bicicletas um serviço essencial.

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