Categoria: Matérias
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Publicado em 16 nov 2017
3 minutos
O transporte de bens e pessoas – transporte público urbano incluído — é um dos maiores responsáveis pela emissão de carbono na atmosfera. Assim, as ações de redução que forem feitas no setor vão contribuir para a redução total das emissões de carbono, conforme prega a agenda global expressa no Acordo de Paris.
Como fazer reduções? Antes de tudo, parando de queimar combustíveis fósseis, ou seja, trocando-os, por exemplo, por combustíveis renováveis, como o etanol, e principalmente pela eletrificação.
Mas outra pergunta surge: teremos energia elétrica para tanto? E a resposta é simples e direta: teremos!
É verdade que o Brasil precisa diversificar a sua matriz energética, deixando de depender tão fortemente das hidroelétricas, e passando a explorar de forma mais expressiva a produção da energia solar e eólica.
A eletrificação do todo sistema de transporte público no Brasil, de acordo com cálculos constantes em vários estudos, elaborados inclusive pelas agências governamentais, envolveria o consumo de 3% de toda a energia elétrica produzida no Brasil.
Este impacto pode ser absorvido, desde que haja uma estratégia de transição, que considere a ampliação do uso de veículos híbridos, em conformidade com as diferenças regionais, e que leve em conta também outros problemas envolvidos, como produção e distribuição de energia.
E tudo leva a crer que os segmentos do transporte público, transporte de mercadorias em centros urbanos e serviços de “car sharing” estejam dispostos a participar desse esforço.
Além disso, o próprio segmento de transporte público pode gerar sua própria energia elétrica. Cada garagem pode ser transformada em uma usina de energia solar, abastecendo os veículos nela reunidos e distribuindo a energia excedente para as cercanias.
Sobre isso, vale lembrar que o Metrô do Distrito Federal do Brasil, em Brasília, inaugurou em outubro de 2017 a Estação Solar Guariroba, a primeira da América Latina capaz de produzir energia elétrica para uso próprio e de duas outras estações do sistema.
Essa alternativa cabe também para o setor de ônibus, a começar pelos sistemas de Bus Rapid Transit (BRT).
A estratégia nacional deve considerar ainda a geração de energia eólica, que já responde por quase 38% da energia elétrica produzida Nordeste.
Os sistemas sobre trilhos que atendem a algumas cidades nordestinas, remanescentes de antigas ferrovias e movidos a diesel, poderiam ser eletrificados com base na produção de energia eólica.
O raciocínio aplicado à realidade brasileira pode ser exercitado também com relação aos outros países da América Latina, obviamente considerando as circunstâncias de cada caso.
Alguns países da Região são mais auto-suficientes em energia do que o Brasil e outros já produzem energia não apenas do petróleo.
Também é preciso ficar atendo aos aprimoramentos que se processam em sistemas considerados hoje poluidores. A melhoria dos filtros e catalizadores poderão reduzir no futuro o impacto ambiental da produção de energia elétrica a partir do diesel, do petróleo ou carvão. Esse é o desafio da China e dos Estados Unidos que geram energia a partir do carvão.
A Europa está desenvolvendo uma estratégia de, em vinte anos, fechar as usinas nucleares e, para substituí-las, os técnicos já cogitam trazer energia fotovoltaica produzida em um lugar razoavelmente próximo: o Saara, onde, definitivamente, não falta sol.
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