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Sem ir a Medellín, Sebastián Court é eleito para nova gestão como secretário-geral da ALAMYS e revela prejuízos de 376 milhões de dólares com ataques ao Metrô de Santiago

Categoria: Matérias

Publicado em 5 dez 2019

5 minutos

Sem ir a Medellín, Sebastián Court é eleito para nova gestão como secretário-geral da ALAMYS e revela prejuízos de 376 milhões de dólares com ataques ao Metrô de Santiago

Mesmo sem poder se deslocar de Santiago, no Chile, para Medellín, na Colômbia para participar do 33° Congresso Anual da Associação Latino-Americana de Metrôs e Subterrâneos (ALAMYS), realizado de 1 a 5 de dezembro de 2019, Sebastián Court, gerente de Planejamento e Desenvolvimento do Metrô de Santiago, foi eleito por unanimidade para mais um período no cargo de secretário geral da ALAMYS. Ele ocupa o posto desde de 2014 e permanecerá até junho de 2023.

Gerentes, profissionais, técnicos e representantes de 27 operadoras de metrô ibero-americanas, 44 empresas que fornecem produtos e serviços para transporte de massa em todo o mundo, empresas multilaterais como o Banco Mundial e o BID e associações como a Associação Americana de Transportes Públicos (APTA), Associação Ferroviária Espanhola (MAFEX) e Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos do Brasil (ANPTrilhos) foram até Medellín para viver o 33º Congresso Anual, que tem como tema geral Integração de Cidadãos e Territórios: Mobilidade como Serviço.

VÍDEO PARA A PLENÁRIA

Sebastián Court gravou um vídeo para a plenária do 33° Congresso Anual em que mostrou a extensão dos ataques ao Metrô de Santiago, garantindo que os episódios geraram experiência e conhecimentos que serão compartilhados com outros sistemas associados da ALAMYS.

“Recebam uma calorosa saudação e um forte abraço à distância. As minhas mais sinceras desculpas por não poder estar presente hoje acompanhando todos vocês neste dia tão importante para a ALAMYS e para todos nós. Como vocês sabem, no Chile atravessamos por um momento complexo como país e o metrô de Santiago foi alvo de ataques”.

EXTENSÃO DOS PREJUÍZOS EM SANTIAGO

Court informou que os danos materiais que atingiram 118 das 136 estações do sistema e que 13 das estações atingidas foram completamente queimadas e destruídas, o que significa que deverão ser reconstruídas a partir do zero. “Também 10 dos trens que compõem a nossa frota foram queimados o que representa uma grande perda. Vocês conhecem este assunto muito bem e podem dimensionar esse prejuízo”.

Segundo o dirigente, os danos ocasionados ao Metrô de Santiago geraram estão avaliados em 376 milhões de dólares.  “Tudo isso significou parar a operação completamente por dois dias. Logo restabelecemos o serviço, mas de forma parcial, com muito poucas estações em operação. Assim, de um dia para o outro, saímos de uma situação em que realizávamos quase 3 milhões de viagens por dia para uma condição em que podíamos realizar apenas 200 mil viagens diárias”.

Sebastián Court garantiu que foi possível recuperar 101 estações, o que representa 92% do total de quilômetros da rede. E que, em paralelo, têm sido adotadas medidas de contingência como restrição do horário de operação, suspensão de conexões entre linhas, fechamento de alguns acessos de estações operacionais e interrupção de loops para adaptar o modelo operacional entre muitas outras medidas.

EXPANSÃO TAMBÉM FOI ATINGIDA

“Tivemos que refazer o orçamento da empresa, o que significou a suspensão de muitos projetos, incluindo o atraso na construção de novas linhas automáticas – Linha 7, Linha 8 e Linha 9”, disse Sebastián Court. Ele ressaltou “o compromisso inabalável e o incansável trabalho diário dos 4.800 profissionais que atuam no Metrô de Santiago”.

Afirmando que ainda resta um longo caminho a ser percorrido até a normalização, o dirigente da ALAMYS e do Metrô Santiago disse que a situação vivida pela companhia legou uma grande experiência a respeito da operação e da segurança e que o Metrô de Santiago estará preparado para situações de crise semelhantes que surjam no futuro.

“Colocarei à disposição todo o conhecimento do metrô de Santiago puder entregar a quem o requerer, pois busco que o centro da nossa gestão na ALAMYS seja a colaboração e a confiança”, afirmou

Sebastián Court contou que recebeu comentários de apoio e de solidariedade de distintos metrôs em nível mundial os quais agradece profundamente. “Saber que se conta com essa solidariedade que sempre nasce nos momentos difíceis é algo que no pessoal me enche de motivação”.

APOIO DA DIREÇÃO

O dirigente, afirmou: “Apesar dessa situação tão difícil para mim e para nossa empresa, é um prazer confirmar o compromisso do presidente do Metrô de Santiago, Louis de Grange, e do gerente geral, Ruben Alvarado, com a gestão da Secretaria Geral por mais três anos”.

Ele continuou, para concluir: “O que espero para nossa associação é um papel técnico. Isso engloba o intercâmbio em qualquer âmbito de operação, gestão planejamento de nossos sistemas de trens. Por isso, para mim, a liderança dos Comitês Técnicos e de seus coordenadores será fundamental e deve assumir um papel muito mais que mais central do que no passado. Sobretudo no contexto da promoção para mais e melhores projetos do metrô e uma maior integração dos atores da mobilidade em nossas cidades”.

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