Categoria: Matérias
Categoria: Matérias
Publicado em 3 abr 2018
6 minutos
No Brasil, está em operação assistida a Linha 13 – Jade, com 12,2 quilômetros, que liga a rede de trilhos da Região Metropolitana de São Paulo com o Aeroporto Internacional de Guarulhos.
Em 31 de março de 2018, o Governo do Estado de São Paulo, no Brasil, entregou para operação a Linha 13 – Jade, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Trata-se de uma nova ferrovia com 12,2 quilômetros, que liga a rede de trilhos da Região Metropolitana de São Paulo com o Aeroporto Internacional de Guarulhos.
Além da estrutura de trilhos, a Linha 13 – Jade compreende duas novas estações, três novos bicicletários e uma passarela na Estação Engenheiro Goulart, que está em operação desde 2017, atendendo também a Linha 12 – Safira da própria CPTM.
Operação. Por dois meses (abril e maio), haverá um processo de operação assistida – uma sistemática de testes de segurança, com viagens gratuitas. A partir de junho, a operação passará a ser realizada das 4h à meia-noite, no Serviço Regular.
Também em junho, começará a funcionar um novo serviço, denominado Connect, com trens que sairão da Estação Brás, a cerca de dois quilômetros do centro da cidade de São Paulo, até a Estação Aeroporto-Guarulhos, somente nos horários de pico (das 5h às 9h e das 16h às 20h), sem a necessidade de baldeação na Estação Engenheiro Goulart.
O percurso terá duração de 35 minutos; o trem parará em todas as estações para embarque e desembarque e o valor da tarifa será o mesmo do trem metropolitano, que hoje custa R$ 4. (USD 1,20).
A previsão é que em julho entre em operação o serviço CPTM Airport-Express, com ligação direta, sem parada para embarque e desembarque, entre a Estação Aeroporto-Guarulhos e a histórica Estação da Luz, no centro da capital paulista, conectada com quatro linhas de metrô ou de trem além de outras facilidades de transporte, como ônibus e táxi.
O percurso será efetivado em aproximadamente 35 minutos e os trens partirão em quatro horários programados nos dois sentidos. O valor da tarifa ainda está definido.
INVESTIMENTO
A construção da Linha 13 – Jade representa um investimento total de R$ 2,3 bilhões (USD 692,6 milhões). O financiamento das obras civis foi feito pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o banco estatal de fomento brasileiro, e com recursos do Governo do Estado de São Paulo (GESP).
Os sistemas de energia, sinalização e telecomunicação foram financiados pela AFD e com recursos do governo paulista. O valor da tarifa será o mesmo cobrado em todo o sistema de trilhos da Região Metropolitana de São Paulo, que, desde o início de 2018 é de R$ 4,00 (USD 1,20).
CRÍTICAS E APLAUSOS
O governador paulista, Geraldo Alckmin, candidato à presidência da República nas eleições de outubro de 2018, tem usado as inaugurações como forma de iluminar resultados de seus dois mandatos mais recentes, iniciados em 2011.
Mas ele tem sido atacado porque, supostamente, as obras de ampliação do metrô e das ferrovias metropolitanas estão atrasadas. Ele também tem sido criticado porque os trilhos Linha 13 – Jade não chegam aos saguões de embarque do aeroporto internacional, o que submeterá o viajante a uma curta, mas inconveniente transferência por ônibus no trecho final do deslocamento.
O próprio governador rebate a ideia de que a obra da Linha 13 – Jade esteja atrasada, informando que o contrato foi assinado em 2013. Também pede que levem em conta o fato de o Brasil ter vivido dois anos de retração. Depois de um crescimento de apenas 0,5% em 2014, sobrevieram dois anos de resultados negativos para o País, com queda de 3,8% em 2015, e de 3,6% em 2016, ocasionando recuo acumulado de 7,2% nesse período, o que não é pouco.
Além disso, frequentemente, Alckmin sublinha que os recursos para obras de infraestrutura de transporte público vêm do tesouro estadual e de empréstimos que o próprio Estado de São Paulo é capaz de garantir, em razão do modo positivo como lida com suas contas públicas, limitando-se o governo federal fornecer linhas de crédito, por meio de suas instituições de financiamento, sem aportar recursos do tesouro nacional.
Apoios. Apesar da existência de críticas, há também quem apoie a postura do atual governo paulista, cujo partido está regionalmente no poder desde 1995, e tem adotado uma persistente política de ampliação e requalificação dos sistemas de transporte público sobre trilhos.
Essa postura trouxe a recuperação e de uma malha de 273 km, herança de antigas ferrovias centenárias. Em 1992, quando a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) foi criada, a rede se achava deteriorada e transportava cerca de 800 mil passageiros por dia útil; os investimentos fizeram com que, gradativamente, o sistema chegasse aos atuais três milhões de passageiros por dia.
A rede da CPTM está integrada física e tarifariamente com a rede da Companhia do Metropolitano de São Paulo, que conta com 71,5 km de trilhos na cidade de São Paulo e transporta diariamente 4,7 milhões de passageiros.
Há apoio também para a modelagem final da Linha 13 – Jade, que foi implantada como uma ligação não apenas para atender as pessoas que vão viajar ou trabalhar no aeroporto, mas, também, a população dos bairros próximos.
A nova estrada finalmente conecta Guarulhos, que a é a segunda mais populosa cidade do Estado de São Paulo, com aproximadamente 1,35 milhão de habitantes, com a malha de trens metropolitanos e de metrô da Região Metropolitana de São Paulo, permitindo acesso aos principais pontos da metrópole por meio de uma tarifa relativamente reduzida – aqueles mesmos R$ 4,00 (USD 1,20).
ENGENHARIA E ARQUITETURA
A Linha 13 – Jade tem 4,3 km de via em superfície e outros 7,9 km em elevado, cruzando um parque ecológico, dois rios, três rodovias e uma via urbana de tráfego intenso. Essas transposições exigiram significativas soluções de engenharia, entre as quais a construção de um viaduto estaiado com dois mastros, com cerca de 70 metros de altura e extensão total de 690 metros.
Conforme explicam os documento oficiais, as estações da Linha 13 – Jade têm arquitetura composta de estruturas leves e envidraçadas, que permitem a iluminação natural, além de contarem com amplos mezaninos. E contam com sistema de aquecimento de água por energia solar, reservatório de armazenamento de água de reuso, via captação de águas pluviais, que após tratamento, podem ser usadas na limpeza e nos banheiros.
As plataformas são cobertas e os edifícios estão equipados com todos os itens de acessibilidade, como elevadores, corrimãos e rampas adequadas, comunicação em Braille, piso e rotas táteis, além de banheiros públicos comuns e exclusivos para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Juntas, as três estações contam com quatro bicicletários, totalizando 514 vagas. Por Alexandre Asquini
Categoria: Matérias
Categoria: Matérias